Após as mancadas recentes, o que esperar de Galvão Bueno até 2014?

Após as mancadas recentes, o que esperar de Galvão Bueno até 2014?

Galvão Bueno ao que tudo indica deverá encerrar a carreira na Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Poderia ser uma espécie de gran finale para um dos maiores narradores da televisão brasileira, presente em diversos momentos da história do esporte. Mas ainda faltam dois anos até a possível aposentadoria e a cada ano que passa o narrador é cada vez mais contestado por seu público.

A sua participação "especial" pelo SporTV em Londres só deu munição aos seus críticos. O esporro ao vivo que deu no seu colega Renato Maurício Prado foi um dos momentos mais deprimentes da televisão nesses Jogos, resultando, inclusive, no afastamento definitivo do jornalista do programa Conexão SporTV no restante da Olimpíada.

O SporTV fez uma excelente cobertura olímpica. A melhor entre as televisões fechadas. Disparada. A presença de Galvão em nada contribuiu para qualificar o trabalho do time do chamado "Canal Campeão". Ao contrário, chamou atenção negativamente, não só pela briga com Renato Maurício Prado, mas também com atitudes infantis, como quando por diversas vezes "brincou" como se fosse uma criança com um recurso tecnológico do SporTV que conseguia colocar virtualmente colegas presentes no Brasil em imagem ao lado do narrador, em Londres, durante a apresentação do Conexão SporTV.

Ninguém vai confirmar isso oficialmente, mas é provável que o canal esteja arrependido de incluir Galvão na cobertura dos Jogos Olímpicos. De grande atração, o narrador acabou virando uma enorme "mala", daquelas bem pesadas, difícil de carregar. E olha que estamos falando de um dos narradores tecnicamente mais precisos e autor de bordões memoráveis, como o recente "Gladiadores do Terceiro Milênio" em sua corajosa entrada no mundo das lutas de MMA (Artes Marciais Mistas). Um desafio para quem até então nunca havia narrado combates desse esporte.

E a Rede Globo, o que ganhou com as mancadas de Galvão no SporTV? Mais rejeição do público em relação a sua principal voz nos grandes eventos esportivos? Provavelmente. Aliás, mesmo antes de chegar a Londres, Galvão já vinha passando por situações constrangedoras, como quando por duas vezes ficou rouco em plena transmissão ao vivo de eventos da emissora. Assim foi na abertura desta temporada de Fórmula 1, o GP da Austrália, e também no amistoso entre Brasil e Estados Unidos.

Costuma-se chamar de "ex-jogadores em atividade" boleiros em idade avançada, sobretudo aqueles que não são profissionais sérios e dedicados fora do campo e por isso sofrem com frequentes problemas físicos. Isso ocorre também com ídolos do futebol, gente que é querida por todos, mas que já não consegue mais atuar em alto nível, daí justamente os seus fãs quererem que se aposentem para não manchar uma bonita carreira.

Então, será que já não chegou a hora para Galvão Bueno "pendurar os microfones"? Conseguirá esse reconhecidamente enorme nome da narração esportiva brasileira reerguer-se nos dois anos que ainda restam até a Copa de 2014, no BraSIL.